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Como fazer um planejamento financeiro pessoal

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Nayara Soares

Nayara Soares

Não bebo café nem sou designer, mas vim dar pitaco aqui assim mesmo. Prazer, Nayara! :) Redatora publicitária de formação e prática, me embrenhei no mundo das mídias sociais quando o Twitter ainda era tudo mato. Sou LDS, mineira, emigrante radicada na Califórnia (mas #prefirovilavelha) e casada com um doido aí que eu conheci no Tinder.

Brasil, 2018. 63,4 milhões de pessoas endividadas. Quase o equivalente à população da Itália! Isso em Julho, de acordo com o SPC, antes do Black Friday, das festas e das loucuras do fim de ano. Aí eu te pergunto: por que a gente resiste tanto à ideia do Planejamento Financeiro Pessoal?

Quando era criança, meu pai me matriculou no sistema SESI de ensino, ainda quando a gente morava em Minas. Até onde eu sei, essa era a única escola que tinha Empreendedorismo como parte do currículo regular, começando na 5ª série. Naquele ano, eu com 11 de idade, aprendi o que eram os 5S (que, rmm rmm, eu sei até hoje de memória), como estabelecer Missão, Visão e Valores de uma empresa, como administrar empresas de mentirinha, o que era ética no trabalho e por aí vai. Eu até fiz parte da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, da Escola. Imagina você, uma menina magrela, com perna de saracura, fazendo reunião com um monte de outros catarrento e uma professora responsável, pra poder cuidar de assuntos inicialmente empresariais na 5ª série.

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Eu curtia essa matéria. Achava super bacana entender de algumas coisas que só meu pai sabia. Ali eu era exposta aos pouquinhos à realidade do mundo fora dos livros. Mas aí cabô. Ensino Médio não lembro de ter tido mais essa matéria. O tempo era muito curto e as matérias mais pesadas. A gente tinha que se preparar pra passar num vestibular e começar a faculdade. As aulas de Educação Física também reduziram (menos uma aula livre, saco!). E minha preparação pro mundo adulto meio que morreu. Lógico que todos os outros cursos que fiz e até a faculdade me ajudaram na transição de uma faixa etária pra outra. Mas sinceramente, ninguém me falou que eu ia ter que fazer Imposto de Renda, pagar imposto Sindical, juros do quê?!

Nessa história de crescer e começar a trabalhar vem uma liberdade que a gente não tá pronto pra domar e acredito que esse seja o começo do problema. Cê começa a ganhar dinheiro e precisa fazer uma conta no banco porque a empresa não te paga em dinheiro. O banco te dá um cartão de débito e crédito (olha que bonzinhos eles!). Muitas vezes você não sabe suas prioridades e nem tem maiores responsabilidade porque ainda mora com os pais, e o que cê ganha é o que cê gasta, sem miséria. Aí cê vai na Renner comprar uma calça jeans e sai com outro cartão de crédito. E cê descobre que cartão de crédito é mágico! Cê compra o que cê não precisa com o dinheiro que cê ainda não recebeu. É o tal do contar com o ovo no fiofó da galinha. E tem coisa mais idiota que esse ciclo? Não tem. Por isso que a gente se descabela quando a conta chega e a crise nos vitima.

Nós, brasileiros, somos extremamente imediatistas. A gente pensa no hoje sem esquentar a cabeça com o amanhã. É parte da nossa cultura. Prova disso é a quantidade de gente endividada que eu falei ali em cima. E isso provavelmente poderia ser resolvido, ou pelo menos remediado, se a gente aprendesse a importância de se fazer um Planejamento Financeiro Pessoal.

Então, já que a gente concorda que nós somo tudo burro e precisamos mudar nossos hábitos e comportamentos, aproveitando o embalo das promessa que a gente faz na virada de todos os anos, vou começar explicando o basicão.

O que é um Planejamento Financeiro Pessoal?

Planejamento Financeiro Pessoal é o processo que vai te ajudar a lidar melhor com seu dinheiro – o dinheiro que você já tem, o dinheiro que você deve e o dinheiro que ainda vai receber. Isso pode ser complicado de entender e de querer aplicar quando a gente é freelancer ou tem o próprio negócio e não tem carteira assinada, mas o Planejamento Financeiro Pessoal é ainda mais importante nesses casos.

Pra começar, você precisa se conhecer. Entender quanto dinheiro vem, de onde ele vem e pra onde ele vai. Manter um registro atualizado dos seus ganhos e gastos fixos é o primeiro passo. Nada, NA-DA, é pequeno demais que não precise ser registrado. Você vai ver isso com o tempo. Existem várias maneiras de começar a tomar nota, e o tradicionalzão é caneta e papel. Mas hoje existem inúmeros recursos que podem facilitar essa adaptação. Eu pessoalmente comecei com um app chamado Money Lovers (queria tá ganhando dinheiro com esse merchan mas não tô). É gratuito e muito fácil de usar. Dá pra baixar no celular ou ter acesso a suas entradas pelo site. Cê também pode ser doido com planilha e o Excel vai ser seu aliado nessa.

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É importante listar contas regulares e suas datas de vencimento, pra que fique bem claro quando você olhar pra esses dados, quais são os compromissos que você precisa honrar. Presta atenção na palavra que eu usei aqui: HONRAR. Quando você assina contratos, você está se comprometendo a fazer sua parte. Pode ser com a porqueira da operadora do seu celular que cobra uma fortuna por um 4G que funciona nem metade. Mas você aceitou contrair aquele compromisso e é melhor você ser uma pessoa honrada e cumprir com ele.

Parece besta, mas vamo voltar naquela ideia de valorizar o trabalho do outro? Não é chato, desgastante e preocupante quando seu cliente não te paga? Empatia. Vamo fazer com os outros o que queremos que façam com a gente. Essa é uma característica e uma meta que devia tá na lista de todo mundo no início do ano. Principalmente brasileiro, que adora falar que odeia corrupção mas é corrupto nas mínimas coisas. Tá, parei.

Feito isso é hora de estabelecer prioridades.

Estabelecendo prioridades

Eu sei, verãozão quicando no Brasil, vontade de tomar um açaí monstro, um cascão de 3 bolas ou aquele Magnum com Chocolate Belga que custa 3 passagens de ônibus. Os gastos pequenos que a gente faz podem parecer insignificantes, mas sendo recorrentes, eles viram um rombo gigantesco no orçamento. Pra consertar esse aspecto, uma dica que eu dou é fazer a matemática DINHEIRO = TEMPO TRABALHADO.

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Comecei a fazer isso no primeiro emprego em que recebia meu pagamento por hora, ao invés de salário no fim do mês. Toda vez que eu ficava tentada a comprar alguma coisa, meu primeiro pensamento era: quantas horas eu vou precisar trabalhar pra comprar esse Magnum com Chocolate Belga? Eu estaria disposta a trabalhar por X horas se o pagamento no final do dia fosse um Magnum com Chocolate Belga?

Daí ia pra: o que mais custa um Magnum com Chocolate Belga? 3 passagens de ônibus. Eu prefiro comer um picolé ou ter que andar três dias seguidos de Vila Velha até a Serra pra chegar no trampo? (Se cê é de fora do ES, joga no Maps aí rapidão só pra você ter ideia do drama) E ali tava minha prioridade definida. Eu aprendi a dizer não pra mim. E pra comprar o bendito Magnum, eu pensava no que eu estaria disposta a sacrificar em lugar dele. Funciona pra mim.

Claro que cê não precisa ser um Julius do Todo Mundo Odeia o Chris, mas entender e priorizar seus gastos vai te ajudar a quitar as dívidas que você tem e guardar grana pro que é mais importante na sua vida.

Pare de comprar a prazo

Cartão de crédito, namoral, se puder joga fora! Se não puder, usa o NuBank que não tem anuidade e que atualiza em tempo real no app todas as suas compras. Essa ideia de jogar conta pra frente é um perigo danado. Porque quem te garante que cê vai aguentar pagar essas parcelas no futuro? Cê não sabe das coisas que podem acontecer e te atrapalhar nesse meio-tempo. Então evite ao máximo contrair dívidas que podem ser quitadas hoje. E outro exercício bacana pra saber se você deveria ou não comprar tal coisa é pensar se você estaria disposto a pagar à vista ao invés de usar o cartão. Se a resposta é não, cê já sabe que não deveria gastar seu dinheiro com aquilo.

Faça pesquisa de preço

Fala sério. Google tá na palma da sua mão e cê não é mais neném. Pesquise os preços do que você precisa ANTES de sair pra comprar. Se bobear você encontra melhores negócios online. Que nem eu, que comprei meu vestido de noiva no Aliexpress. CHORA! E ainda vendi pelo mesmo preço num bazar online um dia depois do meu casamento hehe

Planeje seus gastos com uma poupança

Notícia ruim e velha, todo mundo sabe que o INSS não vai dar conta de sustentar todo mundo que se aposentar num futuro bem próximo.  E isso não é privilégio só do Brasil não. Nos EUA também tá rolando isso, por exemplo. Acontece que o número de contribuintes não tá dando conta de pagar os gastos de quem depende do governo. As pessoas estão morrendo mais tarde e o governo continua pagando essa grana do dia que eles se aposentam até o dia em que batem as botas. Quer dizer que, se você se aposentar só pelo INSS, no fim da sua vida você não vai receber o dinheiro que contribuiu de volta porque ele já vai ter sido gasto. Sem contar que, considerando a inflação e a alta dos preços de tudo, é muita inocência querer que a pensão do governo te dê uma vida digna quando cê tiver mais velho.

A solução mais simples, nesse caso, é separar parte do seu salário todos os meses e botar na poupança. O recomendável é que esse valor seja de pelo menos 15%. Existem ainda outros fundos inteligentes que deveriam ser considerados, como um fundo para emergências. Nesse caso você faz um plano para guardar dinheiro suficiente, ao longo de um dado período, para sobreviver um ano sem salário. E, vamo combinar, com a economia do jeito que tá e gente desempregada há mais de um ano, não é difícil imaginar que a gente uma hora vá ficar com a corda no pescoço e precisar de um alívio.

Tudo isso que eu acabei de falar são coisas que você pode resolver pra ontem. Não precisa de muita ciência nem de complicação pra organizar o seu orçamento e aprender como desenvolver um Planejamento Financeiro Pessoal. Mas existem ferramentas e recursos que podem te levar do Zero Dívidas pro Poupança Lotada e geração de Renda Pacífica (aquele dinheiro que você recebe sem precisar trabalhar). Pra isso sim você precisa estudar com mais tempo e paciência. Existem termos específicos, fundos de rendimento e alguns cálculos matemáticos que precisam ser aprendidos se você quiser atingir patamares mais elevados. Aqui vai uma lista deles.

Recursos Gratuitos

A Fundação Getúlio Vargas, uma das mais competentes no ramo de economia no Brasil, disponibiliza cursos online gratuitos na área de finanças. Pra ter acesso ao catálogo, clique aqui.

Outro curso bacana que tem muitos recursos gratuitos é o Veduca. Cerca de metade dos módulos é de livre acesso, e os referentes a investimentos na Bolsa e coisas do tipo são reservados a assinantes. Ainda assim é uma ótima pedida pra começar a entender esse ramo.

Depois desse texto todo, eu espero que cê dê um jeito nessa sua vida, arrume o seu Planejamento Financeiro Pessoal e não faça parte da Itália de devedores no Brasil.

Beijo na testa e Feliz 2019!

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