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Por que você precisa de um tripé para fotografia de paisagem

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Paulo Freitas

Paulo Freitas

Fotógrafo profissional especializado em paisagens. Reside no Texas, mas é mais fácil encontrá-lo com uma mochila nas costas em algum outro lugar. Formado em Design, gosta de compartilhar o que aprendeu em mais de 15 anos trabalhando com imagens. Através de suas fotos, procura inspirar pessoas a levantar do sofá e conhecer o planeta que elas moram

Apesar de ser perfeitamente possível fazer fotos excelentes com a câmera nas mãos, ter um tripé para fotografia de paisagem vai lhe abrir um mar de possibilidades. Veja abaixo algumas delas.

Uma das frases mais repetidas para quem está iniciando na fotografia e está empolgado pra comprar a melhor câmera, várias lentes e dezenas de acessórios é: “não se preocupe tanto com equipamento, isso é secundário”. Eu até concordo com essa frase, mas somente até certo ponto. Na minha opinião, vai ser bem difícil evitar a compra de um bom tripé para fotografia de paisagem se seu desejo é se aprofundar na área. 

Vou listar alguns motivos pelos quais considero este um investimento essencial:

1 – Fotos 100% nítidas, mesmo com pouca luz

A tecnologia atual nos permite tirar fotos nítidas segurando a câmera com as mãos na maioria dos casos. Entretanto, quando se trata de paisagens, é preciso lembrar que muitas vezes fotografamos em horários de menor luminosidade, como nascer e pôr do sol. A consequência disso é ter que usar a velocidade do obturador mais baixa, aumentando assim o risco de imagens borradas (se você está se perguntando porque não compensar a luminosidade com uma maior abertura ou aumento do ISO, falaremos sobre isso em breve). Ao apoiar a câmera em um tripé, você ganha a liberdade de fotografar a qualquer horário e utilizando qualquer velocidade!

Além disso, ao fotografar paisagens estamos expostos às mais diversas condições climáticas. Imagine você, passando frio em uma montanha no meio da neve com a temperatura abaixo de zero e tentando manter firme uma câmera com uma lente de zoom? Em uma situação como esta, o uso do tripé é praticamente obrigatório.

2 – Focus Stacking 

Focus stacking é um tópico extenso e que merece um artigo inteiro para tratar sobre o assunto. Com poucas palavras, pode-se resumir essa técnica como sendo o ato de combinar duas ou mais fotos tiradas com o foco em diferentes posições. O objetivo é maximizar a profundidade de campo, ou seja, não deixar nenhum ponto de sua foto fora de foco. 

E por que isso é importante?

Diferente da fotografia de retratos, onde é muito valorizado o fundo desfocado e o bokeh, na fotografia de paisagem o que geralmente se busca é exibir o máximo de elementos possíveis em foco. Por isso, muitas vezes precisamos recorrer ao focus stacking para garantir que 100% da foto esteja nítida. É aqui também que entra o uso do tripé, pois com ele você pode fazer múltiplas exposições com o enquadramento exatamente igual, somente alterando o ponto de foco e posteriormente combinar as fotos na edição.

Veja por exemplo a foto abaixo que tirei na Escócia:

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O assunto principal da foto são os rochedos e o mar, que é onde está localizado o foco da câmera. Entretanto, como as flores no primeiro plano estão bem próximas à câmera, ao aproximar a foto em 100% é possível ver como elas estão desfocadas:

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Ao darmos zoom, é possível verificar que as flores estão sem foco e as pedras estão corretamente em foco

Para corrigir este problema tive que fazer outra foto, dessa vez com o foco nas flores. Como consequência, o fundo ficou desfocado:

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Na segunda foto, o foco fica nas flores e o fundo acabou ficando desfocado

Na edição, combinei as duas imagens e o resultado foi uma foto totalmente nítida, de ponta a ponta:

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Ilha de Skye – Escócia
Resultado após focus stacking

3 – Poder usar baixos valores de ISO

É inegável que os sensores das câmeras evoluíram muito, nos permitindo usar valores muito maiores de ISO que no passado, sem necessariamente deteriorar a foto. Entretanto, se você busca o máximo de nitidez e a menor quantidade de ruído nas suas fotos de paisagem, use sempre que possível o menor valor de ISO que sua câmera permitir. Pessoalmente, tento sempre a utilizar ISO 100, mas a consequência disso é que preciso de tempos maiores de exposição para conseguir a quantidade necessária de luz. Isso me leva a fazer bastante uso do tripé, pois do contrário correria o risco de tremer a foto devido à baixa velocidade do obturador.

4 – High Dynamic Range (HDR) 

Você já deve ter visto essas letrinhas no app da câmera de seu celular, mas talvez nunca tenha parado pra pesquisar o que significa. HDR é uma sigla em inglês para High Dynamic Range, ou seja, alto alcance dinâmico. Hã? Calma que na verdade é um conceito bem simples de entender. Sabe quando você está de frente para um lindo pôr do sol e nota que a câmera não está conseguindo capturar a mesma coisa que você está enxergando? Às vezes a foto fica muito escura, às vezes muito clara, estourada. Isso acontece porque o sensor da câmera não é tão avançado quanto nossos olhos, por isso ele não consegue “ver” toda a nuance de luz e sombra que nosso olho consegue. Uma das soluções para contornar essa limitação do sensor da câmera é justamente fazer uso da técnica do HDR, que consiste em tirar múltiplas fotos com diferentes luminosidades (por exemplo, uma foto subexposta, uma com a exposição mais balanceada e outra super-exposta) e posteriormente combiná-las em uma só durante a edição.

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Nesta cena, a diferença entre a parte iluminada e as sombras era tão grande que tive que fazer 3 exposições para capturar toda a informação disponível

Fotografar com um bom tripé torna a tarefa de editar uma foto de paisagem em HDR muito mais fácil, já que a câmera permanece na mesma posição durante as múltiplas fotos. Em alguns casos, é possível ter resultados satisfatórios segurando a câmera com as mãos e alinhando as fotos no Photoshop, mas se você quiser maximizar suas chances de produzir uma foto em HDR, o tripé certamente será seu melhor amigo.

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Parque Nacional Krka – Croácia.
Resultado após combinar as três fotos na edição 

5 – Longa exposição

Costumo pensar na fotografia em longa exposição quase como um “super poder”. É brincar com o tempo, com o movimento e com as formas. Esta é uma das técnicas mais utilizadas na fotografia de paisagem, sendo bem fácil de entender o porquê. Nossos olhos são aparelhos incríveis, mas uma coisa que eles não conseguem fazer é nos mostrar o mesmo resultado de uma foto em longa exposição, já que a câmera consegue registrar parte do cenário de forma estática e parte em movimento. Algumas vezes esse registro dura apenas alguns segundos, em outras o fotógrafo opta por deixar a câmera por minutos capturando a imagem, dependendo da velocidade do movimento e da luz. Obviamente é impossível ficar tanto tempo segurando a câmera com as mãos sem tremer a foto, por isso um tripé para fotografia de paisagem se torna instrumento essencial para este tipo de imagem.

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Parque Nacional Krka – Croácia. 
Um tripé nos permite fazer a clássica foto da água em movimento em uma cachoeira

6 – Astrofotografia

Outra área que faz extremo uso do tripé é a Astrofotografia. Por definição, este tipo de foto é sempre tirada em ambientes escuros, muitas vezes praticamente sem luz onde o menor movimento da câmera é suficiente para borrar as estrelas e estragar a sua imagem.

Além disso, é comum fotógrafos mesclarem múltiplas imagens tiradas de um mesmo ponto, mas com diferentes luminosidades. Por exemplo, uma exposição para o céu e outra para o primeiro plano. Da mesma forma que na técnica de HDR, ter um tripé facilita o processo de compor duas ou mais imagens na edição.

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Ilhas Lofoten – Noruega. 
Sem um tripé, eu não teria conseguido tempo de exposição suficiente para capturar a quantidade de luz necessária para esta foto.

7 – Timelapse

Timelapse é um dos assuntos da fotografia que mais me fascina. Se trata de uma técnica que mistura foto e vídeo, sendo capaz de contar determinado acontecimento num espaço de tempo muito menor que o original. Em outras palavras, algo que acontece lentamente, às vezes de forma quase imperceptível aos nossos olhos, é apresentado de forma rápida através de uma sucessão de quadros fotografados em um longo espaço de tempo.

Se ainda ficou complicado de entender, veja os vídeos abaixos que vai ficar mais simples:

https://www.instagram.com/p/B0Y0268gX9S/

Para produzir esse tipo de resultado são necessárias 24 fotos para cada segundo de vídeo. O uso do tripé não chega a ser obrigatório, já que é possível usar filtros de estabilização na edição do vídeo. Entretanto, para alcançar um resultado mais natural e fluido, é altamente recomendável se utilizar de um tripé. 

8 – Tornar o processo intencionalmente mais lento

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Glencoe – Escócia

Utilizar um tripé para fotografar torna todo o processo mais lento do que segurar a câmera com as mãos. Ao contrário do que pode parecer, isso é uma vantagem. 

Do ponto de vista técnico, você terá mais tempo para compor o enquadramento e assim evitar problemas causados por “fotografar correndo”, ou seja, sem pensar nos detalhes com o cuidado necessário.

Ao mesmo tempo, é preciso lembrar que fotografia de paisagem não se trata apenas de registrar belos rios, lagos, praias e montanhas. Pode parecer clichê, mas se trata principalmente de escapar do caos da cidade grande que a maioria de nós está imerso e aproveitar o que a natureza tem a nos proporcionar. Ao fotografar com um tripé você terá que necessariamente desacelerar e isso ajuda a manter o foco no momento, no presente, realmente vivenciando aquele momento único.

Certamente há ainda mais vantagens em ter consigo um tripé para fotografia de paisagem, mas acredito que estes oito pontos são motivos mais que suficientes para justificar este investimento. 

Confira meu outro artigo sobre como planejar uma viagem fotográfica 🙂

E você? Gosta de fotografar com um tripé? 

Conte sua experiência e deixe suas sugestões nos comentários! Não esqueça de perguntar se ainda ficou com alguma dúvida!

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